domingo, 27 de janeiro de 2013

Museu dos Cordofones


Este é um cordofone.
Domingos Martins Machado, mais conhecido por "Violeiro", começou por receber os primeiros ensinamentos da construção deste tipo de instrumentos aos onze anos, na oficina do seu pai, Domingos Manuel Machado. Ainda esteve na Casa Duarte, no Porto, para aperfeiçoar os conhecimentos.
Quando se casou, muda-se para a freguesia de Tebosa (Braga), onde concretiza o sonho de trabalhar por conta própria.
Quando foi apresentado a Júlio Pereira, na altura em que lançava um álbum dedicado ao cavaquinho, as vendas deste instrumento dispararam.
Os cavaquinhos minhotos são do melhor que hoje se fabrica. Uma das razões para esta qualidade deve-se ao fabrico totalmente manual. Na oficina não existe nenhum instrumento mecânico ou elétrico para a construção dos instrumentos.
No dia 22 de setembro de 1995 foi inaugurado o Museu dos Cordofones Domingos Machado, único do género em Portugal, construído pelo próprio artesão, sem qualquer ajuda, quer oficial quer particular, sendo possível juntar uma visita à oficina onde se transforma a madeira em delicados instrumentos musicais.
É considerado o mais célebre português no fabrico de instrumento de cordas tradicionais.
De entre os vários clientes destacam-se: Júlio Pereira, Janita Salomé, Pedro Barroso, Ana Faria, José Mário Branco e George Harrison (ex-Beatles).
Muitos passaram pela oficina, onde se faziam tertúlias, entre os quais Amália Rodrigues, em março de 1999, onde lhe terá pedido que lhe ensinasse a tocar guitarra.
Alfredo Machado é já o natural sucessor desta arte.
Na imagem a boca de uma viola clássica, que na terminologia europeia corresponde à guitarra clássica, de seis cordas simples e construída com vários materiais, como por exemplo: o pau santo e pinho de flandres, braço em mogno, interiores em casquinha ou choupo e escala em pau preto.
Esta pertence a Carlos de Castro e tem a etiqueta do construtor com data de 26 de março de 1987.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Vilarinho da Furna


Esta albufeira fica localizada no concelho de Terras de Bouro e é alimentada pelo rio Homem.
Ficou conhecida por ter submergido, no ano de 1971, a pequena aldeia comunitária de Vilarinho da Furna, da freguesia de São João do Campo.
Fica encaixada entre a serra Amarela e a serra do Gerês e próximo da confluência do ribeiro das Furnas com o rio Homem, numa zona do vale um pouco mais largo, onde o rio se acalmava, apresentando poços fundos e transparentes e nas redondezas cavernas e furnas de granito.
Vilarinho da Furna tinha as suas leis, os seus hábitos próprios, as suas terras e o seu gado, a sua própria organização e modo de vida únicos, as suas gentes, tornando-a numa aldeia com uma riqueza etnográfica também única. É possível que alguns dos traços da forma de estar e viver desta comunidade derivasse da cultura dos povos pastores e granadeiros indo-europeus, provavelmente lá introduzidos por migrações pré-romanas e suevas.
Em 1971 foi efetuado um documentário de longa-metragem, ainda em 16 mm, pelo realizador António Campos.
Para tentar salvaguardar as riquezas culturais de uma aldeia comunitária desaparecida debaixo de água, foi inaugurado em 1981 o Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna.
Depois de os seus habitantes terem saído à força para a aldeia ser ocupada pelas águas da albufeira, estes ainda se juntam no dia de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da aldeia (8 de dezembro), onde recordam as velhas festas. Em 1985 estes encontros foram reforçados com a criação de "A Furna" (Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna), com o objectivo da defesa, valorização e promoção do património cultural, colectivo e/ou comunitário do antigo povo da aldeia desaparecida.
David Afonso de Carvalho realizou o pequeno filme "Modelação do passado de Vilarinho da Furna", no âmbito da dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitetura.
Um dos grandes entusiastas do Gerês, das suas paisagens e das suas gentes, deixou-nos este poema dos dolorosos momentos de abandono:
Requiem
Viam a luz nas palhas de um curral,
Criavam-se na serra a guardar gado.
À rabiça do arado,
A perseguir a sombra nas lavras,
Aprendiam a ler
O alfabeto do suor honrado.
Até que se cansavam
De tudo o que sabiam,
E, gratos, recebiam
Sete palmos de paz num cemitério
E visitas e flores no dia de finados.
Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E um Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento.
Miguel Torga (Barragem de Vilarinho da Furna, 18 de julho de 1976)
A barragem foi inaugurada a 21 de maio de 1972 pelo Almirante Américo Tomás, após benção por D. Francisco Maria da Silva, Arcebispo Primaz de Braga.
Nos anos de maior seca, a aldeia emerge das águas e, vale a pena uma visita e sentir o silêncio do local.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Auerhahn


O Tetraz ou Galo-Montês (Tetrao Urogallus) é uma ave em que os machos se caracterizam pela sua plumagem quase totalmente preta, enquanto as fêmas apresentam uma plumagem acastanhada.
Pensa-se que esta espécie de ave terá nidificado na Serra do Gerês e que se terá extinguido há cerca de cem anos.
Em Queck (Schlitz, Fulda), na Alemanha, chamam-lhe "Auerhahn".
Este é também o nome de uma das melhores cervejas de Schlitz. Fabricada nesta cidade, especialidade com sabor singular de uma cerveja de alta fermentação, ligeiramente picante, frutada e cor dourada, com 11,6% de especiarias nativas e 4,9% de álcool.
Foi com Auerhahn Urhahn Helles Alt que fomos recebidos em Queck, no dia 6 de junho de 2011, ao lado do reaturante "Zur Linde".
Uma cerveja muito boa, na minha opinião.
Bons momentos...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Caminho Francês de Santiago de Compostela


"Até ao início do século XII, muitos dos que percorriam a Ruta Jacobea tinham a noção de que transitavam por uma metáfora enorme e precisa da vida. Na verdade, ainda hoje é a melhor que o engenho humano concebeu. Esses fiéis encaravam a sua rota nos frondosos Pirenéus franceses, rodeados por vegetação e água, como representação perfeita da infância. Depois, com o passar do tempo, iam amadurecendo ao entrar em terrenos mais planos, terras férteis de La Rioja ou Aragão, que evocavam a adolescência e a plenitude. Ao entrarem em Castela, todo esse esforço se desfazia em pó. A secura e aspereza do Caminho em Burgos ou Leão eram a encarnação ideal da velhice e da morte, recebendo uma lição inestimável sobre a fugacidade da existência. Mas, Julia, todos eles sabiam que ao chegarem a Leão ainda lhes restava mais um trecho para percorrerem. O do Paraíso. Entusiasmado, atravessavam por O Cebreiro e entravam na Galiza exuberante, rica em árvores e regatos. Atravessavam-na assombrados até alcançarem Santiago e aqui, depois de quase oitocentos quilómetros a pé, neste lugar onde nos encontramos [Pórtico da Glória], acontecia o milagre. (...) Os peregrinos, depois de percorrerem o Caminho desde a infância até à morte e mais além, chegavam aqui e descobriam que também eles se podiam transformar em luz e continuar... a viver." (in O Anjo Perdido de Javier Sierra).
Fotografia tirada em Ponte Sampaio, Pontevedra, no Caminho Português de Santiago de Compostela, no dia 8 de setembro de 2006, com a Mónica.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Encontra-se no centro de um jardim barroco do século XVIII, com buxos, árvores e plantas herbáceas em canteiros de cantaria de perfil recortado.
Possui um tanque e uma taça, ambos quadrilobados, sendo estas decoradas em cada uma das faces com carrancas. Tem coluna central galbada, com diferentes níveis de decoração diversificada. Acima da taça possui um remate encurvado com mais quatro carrancas, com florão e termina em tronco piramidal.
Este chafariz faz parte do claustro que conserva ainda as arcadas toscanas de arcos plenos.
O claustro integra o Mosteiro de Santo André de Rendufe, que foi considerado uma das principais casas de monges beneditinos em Portugal, cuja história remonta à época do Conde D. Henrique, embora se desconheça a data de fundação, esta poderá ser um pouco antes de 1090.
O Decreto 32973, de 18 de agosto de 1943, classifica a igreja e as ruínas do claustro como Imóvel de Interesse Público.
O monumento encontra-se em mau estado de conservação embora já tenham sido apresentadas algumas propostas de reabilitação. Vale a pena a visita à igreja, onde se destacam um dos mais notáveis conjuntos de talha dourada de barroco-rococó nortenho.
Fotografia tirada a 20 de julho de 2004, durante um estágio académico de Arqueologia.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Festa da Flor


Todos os anos se realiza a festa para comemorar a chegada da Primavera.
Por todo o lado se vêm tapetes de flores, vários tipos de decoração com flores, concursos florais e diversos espectáculos artísticos e culturais. É um festival visual e olfactivo.
Tudo para lembrar que a região é um jardim, onde existem os mais variados tipos de flores de diferentes zonas do planeta.
Esta fotografia foi tirada durante o cortejo alegórico da flor, onde os carros e todos os participantes estão enfeitados com flores naturais.
A Festa da Flor já faz parte do calendário de animação turística do Funchal.
Fotografia tirada com rolo 35 mm, no ano de 2004, numa viagem à Madeira, com o Domingos e a Maria João.
No ano de 2013 a Festa da Flor da Madeira realiza-se de 9 a 15 de Maio.
Vale a pena a visita.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Cascata

 
Está integrada nos Jardins d'Água, no Passeio de Ulisses, no Parque das Nações, em Lisboa.
Ao longo de todo o Passeio de Ulisses, onde se enquadra este jardim, existe um traçado e uma identidade comum, pelo seu desenho, com e as obras da artista Fernanda Fragateiro, que no conjunto ilustram as múltiplas atividades ligadas à água, que desde a antiguidade o Homem criou, desenvolveu e aperfeiçoou um pouco por todo o mundo.
Ao longo do jardim existe uma serie de montagens educativas (uma azenha, um prisma de refracção, entre outros) e com vários recantos, entre os quais, a cascata.
Este jardim é um projeto realizado no âmbito da Expo98.
Fotografia do tirada no tempo dos velhos rolos de 35 mm.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Gerês I




Mais uma foto do Lugar de Prados da Messe, em pleno Parque Nacional da Peneda do Gerês.
Tirada no momento em que o nosso transporte partia depois de nos deixar naquele sítio completamente isolado.
O nosso destino ficava lá ao fundo, no final deste pequeno vale. Tudo à nossa volta era desolador. Tudo estava queimado pelo incêndio.
Este prados de montanha são usados principalmente entre os meses de maio e outubro para o pastoreio.
Entre as ameaças a este tipo de prados, estão os incêndios (diminui a alimentação, o abrigo e a reprodução da fauna) e o abandonado do pastoreio (levando à substituição dos prados naturais por matos secos).
Nestes prados existem abrigos para os pastores de construção tosca. O abrigo dos Prados da Messe é um pouco mais elaborado.
Existe também neste prado, as ruínas de uma antiga casa que terá sido um posto da Guarda Fiscal, que seria usada para combater o contrabando, que se fazia por aquelas bandas. Foi pelo menos esta a explicação dada por um elemento da Guarda Nacional Republicana para aquelas ruínas.
Na obra "Serra do Gerez, estudo - aspecto - paisagens" de Tude de Sousa, este afirma serem estas ruínas de uma casa florestal construída em 1908.
Outras construções interessantes são as mariolas, pedras sobrepostas, que têm a função de indicar os percursos.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Elizabeth Tower



No interior desta torre existe um sino, com um peso de 13,7 toneladas, que toca a cada hora, sendo um dos mais pesados de Inglaterra. Embora o termo Big Ben se refira apenas a este sino, todas as pessoas utilizam a designação para denominar o conjunto da torre, sinos e relógios.
Uma das teorias do uso da designação de Big Ben está ligada ao primeiro comissário de obras, Sir Benjamin Hall (de 1855 a 1858).
A colocação do sino no seu lugar, em outubro de 1858, demorou trinta horas.
A torre tem noventa e seis metros de altura e trezentos e trinta e quatro degraus até ao campanário.
O ponteiro dos minutos tem seis metros e o das horas tem quatro metros e vinte centímetros de comprimento.
Oficialmente designada como Clock Tower, durante o ano de 2012 foi alterada a designação oficial para Elizabeth Tower, em "reconhecimento pelo jubileu de diamante de sua majestade" a Rainha Isabel II.
Nos últimos sessenta anos apenas tocou uma vez fora das suas badaladas habituais: foi a 27 de julho de 2012, pelas 08h12, doze horas antes da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Para visitas recomenda-se a marcação com antecedência ou a compra de bilhetes on-line.
Também pode ser feita visita virtual.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Barcelona


É simplesmente monumental... um local onde nos podemos perder nos pequenos pormenores.
A sua construção começou com o lançamento da primeira pedra no dia 19 de março de 1882 e ainda não se sabe muito bem quando poderá terminar.
Embora seja uma obra longe de estar concluída, já se encontra na lista do Património Mundial da UNESCO, desde 2005.
Com a ajuda de vários donativos, o mentor da ideia, Josep Maria Bocabella i Verdaguer, compra um terreno com 12800 metros quadrados para a construção, que começa a partir de desenhos de Francisco de Paula del Villar y Lozano.
Em 1883 o projeto é entregue a Antoni Gaudi, que o vai alterar por completo. Esta obra, conhecida por Sagrada Família, é considerada por muito críticos como a obra-prima de Gaudi.
A nave central (na imagem) tem cerca de 45 metros de altura.
Prevê-se que o coro tenha a capacidade para mil e quinhentas pessoas, setecentas crianças e cinco órgãos.
Vale a pena a visita.
(Fotografia de 02 de dezembro de 2011)